"Eu ando pelo mundo prestando atenção em cores que eu não sei o nome..."

18 de janeiro de 2010

O mundo é mesmo uma coisinha engraçada.
Sai do calor da minha casa, há alguns meses, para descobrir que posso sentir calor quando os termômetros apitam 5ºC, e ainda comentar com o vizinho ao lado "nossa, que bom que deu uma esquentada, né? Hoje tô só com duas calças!"
Descobri que na França não tem pão francês, que em Nápoles não tem sorvete napolitano, que Santiago de Compostela não fica na Espanha, que os portugueses não tomam café da manhã, mas comem o "pequeno almoço", que é possível fazer grandes amigos passando uma noite num hostal, que sim, quem tem boca vai a Roma, que os italianos realmente falam com as mãos, realmente comem macarrão todos os dias, que tomam "caipiriña" e que eu adoraria falar italiano.
Provei o chá inglês na Itália, o café da manhã americano na Inglaterra, a pasta italiana na Espanha e fiz espanhola na...
Haha, mentira, não fiz espanhola. Os fatores físicos que me impediam de fazer isso ainda impedem. Não volto assim tão mudada pro Brasil.
Mas volto diferente.
Mais gordinha, mais trabalhadora, mais festeira, com um bom senso de localização (o que é ótimo, pra quem não tinha nenhum), sabendo andar de metrô, de trem, de avião, dando mais valor às coisas pras quais já dava muito valor e dando um pouco de valor às coisas pras quais não dava nenhum.
Mas, como prometi para o meu irmão, o olhar ainda é o mesmo.
Os olhos não, já viram muitas coisas e voltam um pouco mais míopes. Mas o olhar tranquilo e o sorriso são os mesmos.
Com a belíssima diferença de que agora estão muito, incrivelmente, infinitamente
mais frequentes.