"Você me abre seus braços e a gente faz um país"

11 de abril de 2010

Cinquenta e quatro dias, foi o tempo que demorou pra que a ficha caísse.
Não chorei no avião voltando pra casa,
não chorei quando vi minha família,
não chorei quando voltei pra Rio Preto e tive um tempo sozinha pra pensar,
não chorei quando fui pra faculdade,
não chorei contando as histórias de Santiago, repetidas vezes, pra milhares de pessoas.
Não chorei nem olhando as fotos.

Chorei hoje.

Hoje, quando pessoas que conheci lá, e que vieram conhecer a cidade, foram embora.
Hoje, quando meu amigo italiano me abraçou e disse "Hasta pronto", e senti pela primeira vez que provavelmente o "pronto" não será tão "pronto" assim...talvez nunca exista. E, se existir, existirá mais uma vez, ou duas.

Ele me abraçou, entrou no carro. Eu virei de costas e fui andando. Pra minha casa. Não olhei pra trás, não acenei, e senti um nó na garganta que nem meu último dia em Santiago me deu.
Meu amigo é a representação de tudo o que eu vivi e não vivo mais.
É a representação dos melhores meses da minha vida.
É a representação da fugacidade do tempo e da minha mania besta de olhar pras pessoas como se fosse a última vez.
Talvez, dessa vez, seja mesmo.