Só no sapatinho

22 de janeiro de 2013

Leonel era um cara honesto, trabalhador, casado e respeitoso. Professor, sempre deu duro para sustentar a família que tanto amava.
Um de seus melhores amigos era Lúcio, que além de grande professor era também um grande galinha.
Cada dia da semana, um dos dois ia de carro e dava carona ao outro.
Era uma boa forma de economizar na gasolina.
Na sexta, foram com o carro do Leonel.
Ao chegar na escola, Lúcio foi informado de que seus alunos não iriam porque era sexta, era noite, o céu estava estrelado e a cerveja do bar da frente era gelada demais para ficarem dentro de uma sala de aula.
Lúcio até gostou. Tinha combinado de se encontrar com uma "delicinha" depois da aula. Não teve dúvida, pediu o carro de Leonel emprestado e foi curtir a noite.
Voltou no fim do expediente pra buscar o amigo e devolver o carro.
No dia seguinte, Leonel colocou a mulher, a sogra e as duas filhas pequenas no carro para curtir o sabadão em família. Todas entraram, Leo ajudou a colocar a filha menor na cadeirinha e se sentou no banco do motorista. Quando foi pegar o freio de mão para soltá-lo, pegou, para sua surpresa, um sapato de salto.
Gelou e tentou disfarçar o susto. Jogou o sapato para baixo do seu banco torcendo pra que a esposa não tivesse notado nada.
Como ele explicaria aquilo?
Algo lhe dizia que o velho "Eu não sei como isso veio parar aqui" não funcionaria. Ele precisava agir, precisava ser rápido e ninguém podia notar. Foi dirigindo em direção ao shopping enquanto esperava pela oportunidade perfeita.
Estava parado no semáforo quando a oportunidade surgiu. Um carro de papai noel atravessou a avenida da frente fazendo a maior farra. Ele esperou que todas olhassem para o outro lado e não teve dúvida, arremessou o sapato pela janela.
Ufa!
Assunto resolvido. Depois ele pegaria o Lúcio pelo pescoço, mas pelo menos do problema maior ele já havia se livrado.
Chegando ao shopping ele estacionou, pegou a filha e já estava se afastando do carro quando teve de segurar o riso, manter a compostura e voltar para ajudar a sogra, que, desesperada e confusa, procurava pelo pé direito de seu sapato novinho.

6 pitacos:

Ana ó disse...

Muito bom, má! Parabéns pelo blog ;) sempre curto suas historinhas :)

Tyler Bazz disse...

Só acho que, pra estar confundindo o sapato da sogra com o sapato de uma 'delicinha', talvez o Leonel esteja casado há tempo demais.

Precisa ver isso aí, esposa do Leonel.

Tebi disse...

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK. Genial!!!!

Unknown disse...

Sempre mto bom!!! Adoro seus textos!
Bjooo

Anônimo disse...

hahahahahaha

Concordo com o Tyler

bjs Glauce

Bonaldi disse...

Cara de causo verídico, issaê.