Titica na cabeça

20 de março de 2013

- Você pegou pão de alho?
- Peguei.
- Picanha?
- Que picanha o quê?! Cada um deu dez reais pro churrasco. Se a gente comprar picanha não sobra dinheiro pra cerveja.
- Tá, quanto a gente pegou de cerveja?
- Noventa reais.
- Ah... Então sobram dez reais pra carne, é isso?
- É... Não, pera aí... Ah, é, é isso mesmo.
- Bom, o jeito vai ser comprar coração de frango.
- Eca! De jeito nenhum!
- Não gosta?
- Olha, eu gostava bastante quando era criança, mas quando descobri que o "coração de frango" era coração mesmo, não consegui mais comer.
- Como assim?
- Ué, pra mim era só uma carne com um nome engraçado.
- Cara, isso não faz o menor sentido!
- Claro que faz! Pensa comigo, "patinho", por exemplo, não é carne de pato, "lagarto" não é lagarto, "cupim" graças a Deus não é cupim mesmo, por que diabos o "coração" tinha que ser coração?
- ...
- Tive uma ideia melhor, vamos pegar asinha.
- ... Você sabe o que é a asinha, não sabe?
- Claro que sei, né?!
- O problema é o mesmo do coração!
- Não é não!
- Qual é a diferença? Vai me dizer que asa do frango não bate mais forte quando ele se apaixona?
- Bom... Asa ele tem duas, coração tem um só...
- E?
- E que se a gente tirar uma asa, ele não vai morrer, só vai deixar de voar. Não é óbvio?
- É... Claro... Óbvio.

Sem pausas

21 de fevereiro de 2013

Correu como se nada mais houvesse e nada mais importasse Quase foi atropelada na correria por um carro e depois por uma moto mas nada aconteceu Nada aconteceria A cada passo sentia o coração batendo mais forte mais rápido Tinha ganhado um beijo Um beijo de verdade molhado na boca daqueles que deixam a perna bamba e a vida bamba atrás das pernas Ainda no caminho tirou a chave da bolsa e a segurou na posição certa para abrir a porta e entrar correndo e quando chegou finalmente entrou pegou o caderno dentro do armário procurou uma caneta abriu o caderno respirou e
Sorriu
Suspirou
Deixou que uma lágrima de felicidade escorresse
E rindo pôs pra fora o que lhe escorria pelos poros e enfeitou seu caderno com as mais belas palavras da língua e quando não encontrava palavras suficientes inventava adjetivos novesíssimos e lindonérrimos Deixava que a caneta dançasse já que as pernas se recusavam a parar de tremer e escreveu até que o pulso doesse e o sono batesse e o coração se acalmasse e todo o corpo ficasse
finalmente
em paz

Sobre o amor e um belo par de brincos

24 de janeiro de 2013

Eu nunca liguei pra coisas de menininha.
Brincos, colares, maquiagem, salto alto... Pra mim, isso tudo sempre foi desnecessário e chato.
Vivia rindo das meninas que perdiam horas (sim, HORAS) "se arrumando" pra sair de casa.
No auge da adolescência, tinha uma mochila, um sapato de salto, um vestido, quatro calças jeans, quatro pares de tênis e 10 camisetas.
Até aí, tudo bem, cada um com o seu estilo.
Depois de velha perdi um pouco do preconceito e comecei a usar coisas mais femininas, mas nunca fui de frescura, nunca me matei pra pagar um sapato, e nunca, repito, nunca liguei quando perdia uma bijuteria ou algo do tipo.
Porque mulheres perdem bijus, não sei se você sabe disso, mas acontece com certa frequência.
Mas aí, outro dia, você me deu um par de brincos.
Lindo, lindo como nunca achei que acharia um par de brincos.
Tive vontade de pendurar na orelha e sair mostrando pra todo mundo na rua, mas me contive e mostrei só pro pessoal de casa.
Na noite seguinte, fiz questão de usa-los pra sair com você. Me enchi de alegria quando você notou que eu estava com os brincos que você tinha me dado, e quis, naquela hora, que você me arrancasse os brincos, as roupas e me amasse ali mesmo. Mas só saímos de casa e fomos a um bar com os amigos.
Na manhã seguinte, guardei os brincos na bolsa, porque eram lindos demais e brilhantes demais pra se usar durante um dia longe de você.
E qual não foi minha surpresa quando cheguei em casa, abri a bolsa e um dos brincos não estava lá!
Revirei a bolsa, mas só encontrei um dos brincos.
De repente, o dia perdeu a graça e me deu um vazio tremendo. Uma tristeza.
Me deu vontade de chorar.
Sabe, não era só um brinco, era o brinco que você tinha me dado.
Saí correndo de casa, abri o portão e procurei desesperada pela calçada.
Pra minha sorte, ele estava lá. Provavelmente caiu quando tirei a chave da bolsa.
E então o dia voltou a ter graça porque o brinco que você tinha me dado estava ali, comigo.
Porque você estava ali comigo.
Porque entendi, enfim, que tudo que você me dá me transforma, e que eu gosto cada vez mais de mim quando estou com você.

Só no sapatinho

22 de janeiro de 2013

Leonel era um cara honesto, trabalhador, casado e respeitoso. Professor, sempre deu duro para sustentar a família que tanto amava.
Um de seus melhores amigos era Lúcio, que além de grande professor era também um grande galinha.
Cada dia da semana, um dos dois ia de carro e dava carona ao outro.
Era uma boa forma de economizar na gasolina.
Na sexta, foram com o carro do Leonel.
Ao chegar na escola, Lúcio foi informado de que seus alunos não iriam porque era sexta, era noite, o céu estava estrelado e a cerveja do bar da frente era gelada demais para ficarem dentro de uma sala de aula.
Lúcio até gostou. Tinha combinado de se encontrar com uma "delicinha" depois da aula. Não teve dúvida, pediu o carro de Leonel emprestado e foi curtir a noite.
Voltou no fim do expediente pra buscar o amigo e devolver o carro.
No dia seguinte, Leonel colocou a mulher, a sogra e as duas filhas pequenas no carro para curtir o sabadão em família. Todas entraram, Leo ajudou a colocar a filha menor na cadeirinha e se sentou no banco do motorista. Quando foi pegar o freio de mão para soltá-lo, pegou, para sua surpresa, um sapato de salto.
Gelou e tentou disfarçar o susto. Jogou o sapato para baixo do seu banco torcendo pra que a esposa não tivesse notado nada.
Como ele explicaria aquilo?
Algo lhe dizia que o velho "Eu não sei como isso veio parar aqui" não funcionaria. Ele precisava agir, precisava ser rápido e ninguém podia notar. Foi dirigindo em direção ao shopping enquanto esperava pela oportunidade perfeita.
Estava parado no semáforo quando a oportunidade surgiu. Um carro de papai noel atravessou a avenida da frente fazendo a maior farra. Ele esperou que todas olhassem para o outro lado e não teve dúvida, arremessou o sapato pela janela.
Ufa!
Assunto resolvido. Depois ele pegaria o Lúcio pelo pescoço, mas pelo menos do problema maior ele já havia se livrado.
Chegando ao shopping ele estacionou, pegou a filha e já estava se afastando do carro quando teve de segurar o riso, manter a compostura e voltar para ajudar a sogra, que, desesperada e confusa, procurava pelo pé direito de seu sapato novinho.

Branco

16 de janeiro de 2013

Poucas coisas desafiam tanto quanto uma página em branco.

Silenciosa.

Tão cheia de nada e tão aberta a tudo.

Ainda assim, vazia.

Ela que, branca, espera pacientemente que traços a enfeitem ou sujem.

E quantos desses traços não são palavras, mesmo que traduzidas em imagens?

Poucas coisas podem sujar tanto quanto as palavras erradas.

Imagino, em cada folha branca, a brancura enfrentada por Machado, Picasso, Mozart...

Penso em tudo que foram capazes de fazer com suas folhas em branco.

Esqueçam as bombas, o petróleo, o dinheiro. As maiores mudanças humanas foram feitas por pessoas que sabiam como usar folhas em branco.

Por isso, cada vez que me sento diante do computador, peço licença a essas pessoas que mudaram o mundo com suas letras e sentimentos.

Cada vez que alguém diz que chorou ou riu ao ler algum dos meus textos, muito mais que meu ego, minha consciência do valor das palavras aumenta muito.

Hoje, respeito as folhas em branco como quem respeita um deus.

O que não significa que eu não escreva bobagens. Apenas que cada bobagem escrita é pensada e repensada com carinho antes de ser publicada.

É consciente.

Também por isso, muitas vezes, fico longos períodos sem postar nada. E me desculpem.

O Peripécias está vivo, está bem e terá novidades em breve, isso eu garanto.

Que neste ano novo a rotina não interfira na criatividade, os sentimentos transbordem e enfeitem as folhas em branco e que os grandes escritores me perdoem por minhas bobagens, pois, parafraseando Cazuza - que sempre soube muito bem como preencher suas folhas em branco:

'Tem gente que recebe deus quando escreve.
Tem gente que escreve procurando deus.
Escrevo sim, com minhas pontuações mal-colocadas,
E peço a deus que me perdoe, mesmo assim.
Eu sou assim, escrevo pra me mostrar,
De besta.'

Vereda da Salvação

13 de dezembro de 2012

Hoje acordei com os pés virados para a cabeceira da cama.
Sonambulismos à parte, não demorou muito pra que eu percebesse que não era só o corpo que estava de cabeça pra baixo.
Ontem, apresentei pela última vez a primeira peça da minha vida. Diante de uma plateia lotada e receptiva, compartilhamos nosso trabalho de meses, um texto pesado de Jorge Andrade, na esperança de que todos saíssem, no mínimo, tocados com o que tinham visto.

Lembro bem de que, no começo do semestre, todos se preocupavam em não transparecer que essa era a nossa primeira peça. Ontem, descobri que isso já não importava. Percebi que um grupo unido como o nosso não precisa se preocupar com esse tipo de coisa, que quem dá o seu melhor consegue coisas impressionantes.

Nós conseguimos coisas impressionantes.
Sempre gostei de teatro, mas faz pouco tempo que descobri que o que é mostrado à plateia é resultado de um trabalho monstruoso. Se você não é de teatro e sabia que as apresentações exigiam muito trabalho, pasme, elas exigem muito mais trabalho do que você imagina.

Lidamos com egos, problemas pessoais, opiniões contrárias. Escolhemos um texto denso e difícil de decorar, lidamos com o medo de entrar no palco e a vontade de mostrar tudo que aprendemos ao longo desses meses, isso sem pensar no trabalho que dá cuidar da parte técnica, do figurino, da iluminação, da trilha sonora e da montagem de palco.


Foi bom ver que, no fim das contas, todos esses meses de dedicação renderam um trabalho lindo e digno do texto escolhido. Talvez nem todos da plateia tenham gostado da peça em si, principalmente pelo tema que ela aborda, mas tenho certeza de que todos perceberam o quanto cada um se entregou ao papel que representava.


E que delícia isso!

E que delícia ouvir os aplausos!


Hoje, parece que meu coração saiu pra dar uma volta e deixou um vazio esquisito aqui dentro. É estranho não ir ao teatro, não entrar no camarim, não me besuntar inteira com pancake pra ficar com a cor da "Gabriéééla". É estranho demais saber que o momento tão sonhado de entrar no palco já veio e já passou, e que esse grupo tão unido e engraçado pode não ser o mesmo no próximo semestre. Mesmo que o grupo seja o mesmo, tudo será diferente.

Passou.

E isso não me deixa triste, só me deixa, sei lá, vazia.
Quando a plateia se levantou e bateu palma, na última sessão, senti como se tivesse percorrido um caminho longo e sinuoso, escuro em alguns momentos, mas que finalmente se iluminava e chegava ao fim. Era a nossa Vereda da Salvação. Um caminho alumiado de estrelas, onde os anjos passa voando, e é nele que a gente sobe para o paraíso.

Ontem, encontrei o paraíso ao lado de pessoas que amo muito e que, mesmo longe, vou continuar amando.
Obrigada a todos que, em maior ou menor proporção, ajudaram para que esse processo fosse bem sucedido.
E me desculpem o tom emotivo, mas é que, parafraseando Drummond, esse vazio depois de tanto trabalho e essa mescla de alegria com tristeza "deixam a gente comovido como o diabo".

O Tablet

22 de novembro de 2012


Sou eu que vou seguir você
Do primeiro rabisco
Até o Angry Birds.
E todos os arquivos
que baixar, eu vou salvar.
A casa, a montanha,
Pode pintar, sem medo.
Tudo isso com um toque do dedo...

Sou eu que vou ser seu colega
Seus problemas ajudar a resolver
Usar a Wikipédia nas provas bimestrais,
Sem ninguém ver
Serei, de você, confidente discreto
É só pôr uma senha de acesso...

Sou eu que vou ser seu amigo
Vou mostrar matérias da Capricho
Se você quiser
Quando surgirem
Seus primeiros raios de mulher
A vida, sem dúvida terá
Reviravoltas fenomenais,
E você vai postar isso nas redes sociais...

O que está escrito em mim
Ficará sempre guardado
Se lhe dá prazer
É só salvar tudo na nuvem
Você vai ver...

Só peço, à você
O favor de não ser cruel
E não me esquecer
Como se eu fosse de papel

Convite

12 de novembro de 2012

Gosto de me sentar em uma das primeiras fileiras e esperar, ansiosa, pela breve escuridão que fará com que eu me esqueça do mundo lá fora.
Gosto de chorar, ou rir, ou os dois, de sentir a emoção de cada movimento e palavra dita, de abrir minha cabeça e não duvidar de nada que vejo.
Gosto da coragem de quem se expõe.
Gosto de assistir, obviamente com os olhos, mas também com o nariz, os ouvidos e as mãos.
Gosto da proximidade com os atores, do silêncio entre a cena final e os aplausos, gosto de aplaudir de pé e, principalmente, de permanecer em silêncio após o espetáculo para que a leveza, a calma e o sorriso permaneçam também por mais tempo.
Gosto, enfim, de notar, quando as luzes se acendem e os aplausos se elevam e os atores sorriem e a plateia se emociona, que tudo é possível, e que a vida pode ser linda e simples, mesmo que apenas dentro das paredes do teatro.
E por tanto gostar dessa mágica, optei por inverter os papéis, por provar também o gostinho de estar no palco e sentir a plateia, pela chance de tentar fazer com que os outros se esqueçam do mundo e sintam que o que veem é verdade, mesmo que deixe de ser assim que as luzes se acenderem.

E é com muito orgulho que hoje, um ano depois de iniciar essa empreitada, posso dizer que espero sua ilustre presença na plateia do Teatro Escola Macunaíma, nos dias 10, 11 e 12 de dezembro, quando apresentaremos Vereda da Salvação, de Jorge Andrade.
É, acima de tudo, um convite à emoção, ao conhecimento de uma nova realidade, à mágica do teatro, e, mais especificamente, ao drama da pobreza, do fanatismo religioso e da busca pela salvação.
Reserve a data, a cadeira e prepare o coração.

O espetáculo já vai começar.


(Para mais informações, favor entrar em contato via face ou via comentários no blog)

A man and the blues

18 de outubro de 2012

Entrou em casa, tirou os sapatos, ligou um blues e se sentou no chão da sala.
Mandou às favas o fato de que não fumava havia anos, vasculhou a gaveta do armário e ali encontrou um Marlboro que nem sabia por que guardava.
Aquele blues pedia um cigarro, e o corpo, vazio de tudo, pedia alguma coisa.
Decidiu que aquela "alguma coisa" era fumaça e deu o primeiro trago.
Sentir-se vazio era estranho.
Não estava triste. Não estava alegre. Não estava nada.
E o nada, profundo daquele jeito, o angustiava mais que tudo.
A fumaça entrava e saía de seu corpo, enevoando o ambiente e deixando, de fato, alguma coisa dentro dele, mas não exatamente o que ele queria.
Abriu então um uísque que havia ganhado de um amigo anos antes. Caubói.
Aquele blues pedia um uísque, e seu corpo precisava de mais que fumaça.
Os acordes lhe enchiam os ouvidos, e a voz do cantor, tão rouca quanto sua guitarra, lhe enchiam a cabeça.
Pensava em tudo que havia acontecido, nos momentos alegres e tristes. Lembrava-se das histórias, não como se as tivesse vivido, mas como se as tivesse escutado da boca de outra pessoa.
Analisava cada momento da vida a dois como se fosse uma terceira pessoa que nada tinha a ver com as brigas e reconciliações constantes.
Não sentia nada.
Começou a mexer os pés acompanhando o ritmo e, quando viu, já dançava sozinho na sala.
Olhos fechados, meio sorriso no rosto.
Deixou que uma sensação boa tomasse conta dele, da sala, do mundo todo.
Uma sensação sem nome. Estava cansado de ter que definir tudo.
Sentiu que o corpo se elevava a cada trago, crescia a cada nota. Dançava como se fosse recheado de música e nada mais existisse. Sorria sem motivo e, ao pensar nisso, sorria mais ainda.
No auge de sua completude, de olhos fechados e peito aberto, sentiu uma dor intensa nos dedos da mão.
Voltou instantaneamente ao chão.
Havia se queimado com o cigarro.
Jogou a bituca no lixo da cozinha e, quando voltou à sala, a música também chegava ao fim. Ficou parado, esperando os acordes finais.
Sol com sétima, fá com sétima, dó com sétima.

Dó.

Silêncio.

Olhando para o nada, pôs o copo sobre a mesa, desligou o rádio, apagou as luzes e foi para o quarto, sozinho pela primeira vez em anos, jurando para si mesmo que, nem naquele momento, nem nunca, deixaria que sua vida terminasse como a música.

Your song

14 de outubro de 2012

Poderia dizer que é o sorriso que não consigo segurar quando te vejo, a vontade de te fazer surpresas, a alegria ao perceber que você faz de tudo pra me agradar, sua cara engraçadinha quando eu digo que estou com fome e não sei o que quero, mas quero algo leve. Poderia dizer que é a paz de deitar de conchinha e a risada que seguro quando você mal diz que vai virar pro outro lado e já começa a roncar, os minutos antes de levantar que fico observando você dormir, ou que é acordar ouvindo música. Poderia falar que é a lembrança do dia que a gente cozinhou junto, as pintas que te dei, as noites românticas assistindo séries de zumbis. Poderia dizer que são as milhares de vezes que me sentei em frente ao computador com a intenção de te escrever e não consegui, porque qualquer coisa que eu escrevesse seria pouco.
Mas é a falta, eu acho, que resume tudo.
A sensação de que nada tem muita graça quando você não está comigo.
É sentir que amo, pela primeira vez, não só com o coração, mas com o corpo todo.
E que minha maior felicidade é te fazer feliz.
Por isso queria te dar um presente. Assim, sem data especial nem nada.
Pensei, pensei e decidi fazer esse texto.
É simples, eu sei, mas pra quê complicar, se nosso namoro não tem nada de complicado?
Espero que você não se importe que eu tenha colocado em palavras
Como o mundo é maravilhoso quando você está por perto.
E que você tem os olhos mais doces que já vi.
Te adoro.