Ao mestre, com carinho

18 de setembro de 2015

É duro.
Eu fecho os olhos aqui, depois dessa madrugada tão difícil, e só torço pra que você estivesse tranquilo no fim.
Me pediram pra rezar, coisa que não fazia havia anos.
Eu rezei.
Por você eu rezaria todos os dias, pelo resto da vida, se sentisse que isso te traria um segundo de paz que fosse.
Ontem rezei por você, pela tia e pelos meus primos.
Algumas coisas não têm explicação.
Um dia você está bem, escrevendo livros, poesias, filosofando, observando a vida daquele jeito que só você observava. No outro, não está.
Esse "não estar" é tão... Vazio... Que abre um buraco no peito, tira um pedaço que nunca vai voltar a ser preenchido.
Crescer dói por causa disso. A gente vai perdendo partes do coração que não só parecem como são fundamentais.
Nossa família é forte.
Essa família que você ajudou a construir é a mais forte que eu já vi.
Nós vamos ficar de pé, levantar a cabeça e seguir em frente matando a saudade com as lembranças mais lindas que você deixou - e que foram muitas.
Seu sorriso bonachão, bem como suas poesias, continuarão vivos na mente de todos que um dia, dentro de uma sala de aula ou não, foram seus alunos.
Obrigada por ter nos ensinado tanto!
Te amo, tio Maurílio. E vou te amar pra sempre.


"Ensinar é um exercício de imortalidade.
De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra.
O professor, assim, não morre jamais"