Sem pausas

21 de fevereiro de 2013

Correu como se nada mais houvesse e nada mais importasse Quase foi atropelada na correria por um carro e depois por uma moto mas nada aconteceu Nada aconteceria A cada passo sentia o coração batendo mais forte mais rápido Tinha ganhado um beijo Um beijo de verdade molhado na boca daqueles que deixam a perna bamba e a vida bamba atrás das pernas Ainda no caminho tirou a chave da bolsa e a segurou na posição certa para abrir a porta e entrar correndo e quando chegou finalmente entrou pegou o caderno dentro do armário procurou uma caneta abriu o caderno respirou e
Sorriu
Suspirou
Deixou que uma lágrima de felicidade escorresse
E rindo pôs pra fora o que lhe escorria pelos poros e enfeitou seu caderno com as mais belas palavras da língua e quando não encontrava palavras suficientes inventava adjetivos novesíssimos e lindonérrimos Deixava que a caneta dançasse já que as pernas se recusavam a parar de tremer e escreveu até que o pulso doesse e o sono batesse e o coração se acalmasse e todo o corpo ficasse
finalmente
em paz